Mais de dois anos após cinco crianças sul-coreanas serem encontradas mortas em uma vala dentro de uma fazenda em Formosa do Rio Preto, no oeste da Bahia, a empresa Bom Amigo Doalnara Agropecuária Ltda., responsável pela propriedade, firmou um acordo de R$ 3,5 milhões com o Ministério Público do Trabalho (MPT) por dano moral coletivo.
As crianças foram encontradas soterradas em 2022, e a tragédia levantou suspeitas de acidente, trabalho infantil ou negligência. Durante as investigações, o MPT identificou graves irregularidades na fazenda, incluindo falta de medidas de segurança e problemas trabalhistas.
O valor do acordo será destinado ao Fundo de Promoção do Trabalho Decente (Funtrad), pago em 20 parcelas mensais de R$ 175 mil. A empresa também se comprometeu a implementar medidas preventivas, como treinamentos regulares, fornecimento de equipamentos de proteção individual (EPIs), análise de riscos e supervisão técnica em atividades de alto risco.
O sistema cooperativo adotado pela empresa também foi analisado no acordo, que prevê multas de R$ 50 mil a R$ 100 mil para cada cláusula descumprida. A empresa sul-coreana lidera uma agroindústria em Formosa do Rio Preto e controla outras seis companhias na região, voltadas para exportação ao mercado asiático.