Com drama, com sofrimento, contrariando a lógica, em um enredo com a cara do clube: pela primeira vez em sua história, o Botafogo é campeão da América. Melhor time do futebol brasileiro em 2024, o Glorioso chegou à Buenos Aires como amplo favorito, mas viu sua situação na decisão contra o Atlético-MG ficar crítica logo no minuto inicial da final – Gregore, em lance de jogo brusco grave, foi expulso de forma direta, deixando o Alvinegro Carioca com um jogador a menos no Monumental de Núñez.
Em vantagem numérica, o Galo viu seu plano de jogo para a decisão mudar: a posse de bola, que teoricamente ficaria sob a rege do Glorioso nesta decisão, passou a ser dos mineiros, enquanto os cariocas se retraíram e esperaram o momento certo de “espetar”. Os comandados de Gabriel Milito chegaram a ensaiar uma pressão com finalizações de longa distância de Hulk, mas não mostraram repertório suficiente para conseguir superar a organização defensiva botafoguense. E com o passar dos minutos, o time de General Severiano foi se organizando e encontrando espaços para atacar.
Pouco acionado nos primeiros 30 minutos de decisão – quando caía pelo lado direito do ataque –, Luiz Henrique foi deslocado por Artur Jorge para atuar pela esquerda, e essa sutil alteração fez toda a diferença para o Glorioso: com espaços pelo setor do instável Lyanco, o camisa 7 iniciou e concluiu a jogada do primeiro gol da final, aproveitando “bate-rebate” dentro da grande área e finalizando por baixo de Everson, que nada pode fazer.
O gol de Luiz Henrique inflamou a torcida do Botafogo, que ao perceber seu adversário abatido e “cambaleante”, foi pra cima em busca do segundo gol ainda no primeiro tempo. E ele veio graças à genialidade de seu craque: Luiz Henrique. Sem desistir de uma bola que parecia perdida, o jovem atacante se antecipou a Arana e Everson, ganhou a frente do lateral e acabou derrubado pelo goleiro atleticano, que saiu de forma estabanada para tentar abafar a bola. No campo, o árbitro argentino Facundo Tello não assinalou falta, mas foi chamado ao VAR para revisar o lance e acabou marcando a infração, convertida com tranquilidade pelo experiente Alex Telles.
No intervalo, o Milito promoveu três alterações de uma vez e mandou sua equipe para o “ataque total”, estratégia que deu resultado logo nos primeiros minutos da etapa derradeira, quando Eduardo Vargas, de cabeça, recolocou o Galo na final. O chileno ainda teria duas grandes chances na cara de John para empatar o duelo, mas acabou desperdiçando. Em um contra-ataque já nos acréscimos, Júnior Santos, o artilheiro do Glorioso, deu números finais à decisão. A Glória Eterna vai para General Severiano!